explorado, chicoteado.
Vi morrer meus pais,
vi morrer meus filhos,
no soar dos gemidos,
do meu povo sofrido.
Quantas vezes ao estrelas da noite,
com 50 chibatadas, pontapés e acoites
olhava pro céu e só via lamento,
perguntava a palmares porque tanto tormento,
lembrava também que a mesma chibata
causou a morte da minha linda mulata.
Despois de explorado, fui alforriado
Criou-se uma lei que ficou do meu lado
e junto com a princesa sou lembrado.
Por tapeação me deram um dia...
Há há há ! – pura burocracia,
mais para alguns é motivo de alegria.
Hoje quase liberto e independente,
as vezes chego a ser desprezado,
me lembro do meu árduo passado,
vejo então que fui guerreiro
e não um pobre coitado!
Você e o seu preconceito
Já deve ter me identificado
Sou aquele que para muitos
Não tem significado
Na TV sou empregado,
no trabalho continuo escravo.
Sou a voz indignada
que clama por respeito,
a cor da pele fala mais alto
pra isso não tem jeito
guardo essa dor, pesando em meio peito
tenho minhas fraquezas , ninguém é perfeito!
Sou Miguel, Jose, João
Sou Marta, Alice, Maria
Sou o choro, a dor,
A vida e a alegria,
a paciência que engoliu calada,
Asneiras e tiranias.
Quero justiça e paz,
Igualdade para os demais.
Ainda não sabes quem sou?
Te revelo sem medo,
Isso não é mais segredo,
Com orgulho te digo:
- Muito prazer, sou NEGRO!
Tarcila santana - 08 de abril de 2011
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