segunda-feira, 6 de junho de 2011

A CARTA

Aqui jaz um coração dilacerado que não tem muito o que dizer. Envio-te essa carta, para que possas entender o motivo da minha partida.
Selo meu cavalo e o apronto para o mundo; minhas armas estão desgastadas; minha força já não é mais a mesma; os meus pés não se aquietam. Ficar, não saciaria essa fúria.
Meu bem, agora estou partindo... Não te preocupes, ficarei aqui por perto – Família, amores, amigos: Não chorem.
A “menina do meu olho” sangra, a “menina do meu coração” geme por essa ‘fuga’.
Não compreendes que meu lugar não é aqui?!
Quero que o meu descanso seja eterno, até o momento em que eu acordar e olhar novamente o que está a minha volta.
Que as minhas palavras, tenham significado, não para o mundo, mas, para mim!
Que no decurso dos meus dias, eu possa vencer não só as barreiras, mais as montanhas que insistem em me cortar os passos.
Quero ser profunda em minhas palavras, de modo que elas faltem às vezes. E que essa falta não me tape os ouvidos, não me faça calar.
Meu bem, agora estou partindo... Aqui em minhas mãos, jaz uma espada enferrujada – Eu preciso usá-la! Não há campos de batalha aqui!
Posso escrever as palavras mais tristes hoje. Não é nada pessoal meu amor, entenda: Não da pra ouvir o que meu “Eu de dentro” diz, sendo que TODOS vocês gritam por algo que não acredito! O meu silêncio suplica, chora - quer falar!
Meu bem me perdoa, mais preciso ir...
Olhe novamente essa espada – Com ela feri leões e travei as maiores lutas. A grande batalha está por vim – aquela que sempre temi; a qual enfrentarei o pior inimigo; uma luta de anos; uma briga diária: Enfim, ficarei frente a frente COMIGO MESMO .
Na armadura que carrego, tem escrito que para ser feliz, precisaria compreender (e talvez, sacrificar). Olha só que ironia: Terei que exterminar por fora, para encontrar o de dentro, e é justo o de ‘dentro’ que me faz feliz.
Gostaria de me justificar ainda mais – meu coração está cheio ; me faltam argumentos. Ora furtivamente, ora estrepito; Não tem volta.
Meu bem, agora estou partindo...



Aqui jaz, uma eterna amante das palavras.
Adeus.




Tarcila Santana
Sem comentários - 30 de abril/2011

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