segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ai ai ...

Essa noite eu me dei conta do quanto me dói à consciência de tudo resumido em nada. Olho para esquerda e vejo dois livros; olho para direita, vejo 1 violão; Atrás, tem  travesseiros e cobertores e na minha frente... Na minha frente, tenho a duvida de quem sou.
Não pense que estou no auge de uma crise existencial – digamos que a questão de existência é bem relativa.
(Por favor, não estranhem à forma com que mudo de assunto... Afinal, sou isso aqui. Essa confusão.).
Meu café preto reflete minha doce boca amarga. Amargura que de tão doce, se faz bela e boa de doer. Porque o que é real, já não se faz tão presente (ou seria o que é presente não se faz tão real? – Ah! Não sei.).
É, desisto de tentar escrever um texto pautado em uma só causa. Desculpa – hoje não dá. Ou é assim, ou não é.
Meu coração é a parte mais mal educada de mim. Se intromete onde não é chamado; Bate a porta na cara de quem o procura; Toma conta dos meus dedos e escreve o que lhe convém; sai por aí distribuindo amor a quem não deve. Paga demais e recebe de menos – é um ‘fuá’!
Aqui abro um parêntese. (Nossa,  por um momento temi não saber passar o que estou sentido. Parei por alguns minutos, bebi uma agua, abria a janela e olhei a lua – Vi que ela não estava inteira, e cheguei à conclusão de que não é isso que realmente importa. Se ela não está completa, sabemos que é uma de suas ‘fases’. Porque seria diferente comigo? Lá estava, toda majestosa, é certo que faltosa de um pedaço, mais mesmo assim, bela! E só pra completar – A ‘rainha’/estrela maior, não precisou dizer nada para que eu soubesse que bastaria ver para sentir que mesmo estando sozinha, milhares de seres como eu, estariam na mesma janela, tentando entender a mesma vida que se passa.) Fecho aqui o parêntese.
Olho novamente ao meu redor. Agora consigo ver ao lado dos livros, uma caneta; Perto do violão, uma sandália confortável; Atrás, junto aos travesseiros e cobertores – um espelho, e na minha frente, continuo duvidosa de quem sou, e esta, me acompanhará durante todos os meus dias.



(Sei lá o que foi isso.)
Tarcila  Santana
4 de Julho de 2011

4 comentários:

  1. Serei eu a ter o privilégio de provar desta doce boca amarga?
    Porque sou real quando penso que sou e inexisto quando deixo de pensar.
    Meu coração foi embora, já tenho muito o que escrever. Sou filho da lua, devoto dos seus mistérios...

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  2. Olá!!!

    Essa sua linda capacidade de expressar sentimentos me encanta...

    São palavras tão fortes e tão doces...

    SUCESSO!!!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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